Segundo um dos personagens de A República, de Platão, Trasímaco, a injustiça perfeita ocorre quando o seu praticante (o homem injusto) se apodera dos bens alheios. E, quando vai além, se apoderando não só dos bens, mas das pessoas que o possuem, tornando-as escravas, é considerado "feliz e afortunado" (mas não o é).
No nosso país, existe uma classe de pessoas perfeitamente injustas, que são, de fato, consideradas "felizes e afortunadas". É a classe política.
A classe política, além de se apoderar dos bens da população, apoderou-se também da mesma, escravizando-a, obrigando-a a trabalhar CINCO MESES do ano para pagar impostos exagerados que sustentam seus salários colossais e suas regalias supra-humanas.
A classe política detém o domínio sobre toda a nossa sociedade. Faz o que quer quando dá na telha, sem precisar se preocupar com os resultados de suas ações. SAEM SEMPRE IMPUNES. De fato, "felizes e afortunados".
O que dá a esses homens o direito de decidir tudo, errar, prejudicar inocentes, se beneficiar desonestamente e sair como se não tivessem feito absolutamente nada?
A resposta poderia ser "foram eleitos democraticamente, e a democracia lhes dá esse direito". Mas não. A democracia significa "poder ao povo", poder à maioria. Essa tal democracia só existe de quatro em quatro anos (e olhe lá). O resto do tempo, o poder fica concentrado nas mãos da classe política, que com ele faz o que quer, independente da vontade do povo.
Se queremos que o povo de fato exerça seu poder, deveríamos partir para a chamada democracia direta, com consultas diretas ao povo, plebiscitos e referendos.
Tal alternativa causa espanto aos perfeitos injustos. Pois eles sabem que se de fato ocorrer democracia, eles têm muito a perder. Ou melhor, eles têm seu poder absoluto arrancado. Aí, eles deixam de ser quem são. Passam de deuses da injustiça a seres meramente mortais.
Dimas Márcio
Articulista