Os políticos criminosos, que desdenhavam da Justiça, cometeram o grande equívoco ao não acreditar que um dia ela poderia bater às suas portas.
E a Lava-Jato veio para sacudir o Judiciário brasileiro. Odiada por políticos corruptos, mas saudada pela maioria da população, a Lava-Jato é o marco de uma nova era na caçada aos malfeitores políticos nacionais.
Pois é, e a fila se mexeu. O STF condenou a 13 anos e nove meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro o deputado Nelson Meurer (PP-PR), o primeiro parlamentar dos mais de 200 encalacrados na Operação Lava-Jato.
E a próxima parlamentar a ser julgada, neste mês de junho, será a impoluta e desafeta do juiz Sérgio Moro, a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), acusada de ter recebido 1 milhão de reais de propina oriunda da mesma fonte ilegal que abasteceu as contas de Nelson Meurer.
E não se pode deixar de registrar que, na terça-feira (12), o senador José Agripino (DEM-RN) virou réu pela segunda vez no STF. Neste caso, ele é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.
Alegar o senador a fragilidade da denúncia, no placar de 3 votos a 2 pela Segunda Turma do STF, é um direito da parte perdedora, mas é um resultado de efeito jurídico com o qual o senador deveria se preocupar, pois o exemplo da condenação de Nelson Meurer não pode ser olvidado.
Todos aqueles políticos solertes que se abeberam de fontes ilícitas e que mascaram os seus malfeitos devem pagar por seus erros na Justiça.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado.