A greve dos caminhoneiros revelou muito mais que uma remuneração inadequada da categoria, que as dificuldades que passam ao trafegar em estradas perigosas, o alto preço dos combustíveis e a alta carga tributária que incide sobre os produtos essenciais utilizados por toda a sociedade brasileira.
Esta mobilização desvendou e escancarou várias fragilidades de um governo que não sabe qual a corrente econômica e ideológica realmente quer seguir.
Afinal de contas somos um país verdadeiramente capitalista ou um país pseudo-capitalista com uma alma oculta socialista?
Sabemos que a rede complexa e imbricada que forma uma autêntica sociedade capitalista é movida por diversos fatores que por si só se auto-sustentam e auto-regulam, e que qualquer tentativa de intervenção governamental, pode gerar um desastre em toda economia. Lembram dos fiscais do Sarney, ou mais recentemente da Venezuela?
O governo ao utilizar de seu poder de estado para punir donos de transportadoras com impostos altíssimos, multar os pobres caminhoneiros e obrigar os donos de postos de combustíveis a pagar uma conta que não lhes pertence, dá um perigoso sinal à sociedade brasileira: vocês cidadãos brasileiros estão vivendo em um país onde os direitos individuais de cada cidadão estão sendo ameaçados por uma política intervencionista e despótica do Estado que coloca os interesses do governo acima dos direitos individuais do cidadão.
Essa postura antidemocrática nos afasta dos países desenvolvidos capitalistas e nos empurra cada vez mais para perto dos países fracassados socialistas como a Venezuela por exemplo.
Em que tipo de país queremos viver? Até quando ficaremos de joelhos vendo o suado dinheiro de nossos salgados impostos sendo utilizados para manter a vida boa de políticos corruptos que agem como se nós fossemos seus servos e eles nossos senhores feudais. Até quando a sociedade aceitará passiva, tamanho descalabro?
Até quando?...
Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira
Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário