Uma análise sobre a situação de cada um dos envolvidos no golpe político em Campo Grande
31/08/2015 às 09:32 Ler na área do assinanteUma consequência incontestável do golpe político praticado em Campo Grande (MS) é o esfacelamento de uma grande, robusta e inescrupulosa organização criminosa. Alguns membros desse grupo maldito ainda seguem impunes, mas as investigações prosseguem e até onde os seus tentáculos irão atingir é algo ainda imprevisível.
Uma coisa parece clara, a honra do prefeito Alcides Bernal está lavada. Muita gente que na primeira fase de sua gestão chegou a questionar a sua "competência", hoje consegue ver com clareza exatamente o contrário. Bernal, foi vítima da organização criminosa, que se utilizou de todo o seu poderio para inviabilizar a sua administração, chegando ao disparate de "comprar" secretários municipais e dirigentes sindicais, num ardiloso e orquestrado plano para retomar o poder perdido pela via eleitoral. Retorna a prefeitura como a mais promissora liderança política de Mato Grosso do Sul.
E, de fato, o golpe foi efetivado em março de 2014, com a cooptação do então vice-prefeito, compraram os votos dos vereadores e, sem qualquer motivação justa, cassaram o mandato de um prefeito que fazia um trabalho sério e corajoso, confrontando-se com o gangster de nome João Amorim, que durante 16 anos, em conluio com André Puccinelli e Nelsinho Trad, arrebentou em proveito próprio os cofres de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul. E a motivação alegada para a tal CPI do calote foi o não pagamento de faturas das empresas de Amorim, hoje, claramente demonstrado, superfaturadas, dilapidando as finanças da cidade.
Assim sendo, analisando individualmente a situação dos principais envolvidos, mas lembrando que fatos novos, que haverão de surgir, em razão das investigações em andamento, poderão provocar profundas alterações. De qualquer forma, no momento podemos visualizar o seguinte quadro:
André Puccinelli: O seu envolvimento é notório em diversas falcatruas, não tem mais condições morais para pleitear um cargo majoritário, mas em razão do tempo que ficou no poder e da liderança que conquistou, caso não seja barrado pela Justiça - o que é bastante provável - e, até mesmo, preso - o que é possível - poderá retornar numa eleição proporcional, como fez Zeca do PT.
Nelsinho Trad: Esse está completamente desgastado e desmoralizado. Também tem sérios enroscos com a Justiça. É letra morta no cenário político estadual.
João Amorim: Um bilionário, que construiu sua fortuna com dinheiro ilícito. Foi o financiador do golpe. Dificilmente escapará da prisão.
Gilmar Olarte: Um idiota insano e mal caráter. Abriu a porteira do cofre da prefeitura para a maior roubalheira já registrada na história da cidade. Anotem: será companheiro de cela de João Amorim.
Fábio Trad: Foi o primeiro penalizado por seu envolvimento no criminoso golpe. Fez uma campanha milionária para deputado federal e foi fragorosamente derrotado. Está alijado da política.
Mario Cesar da Fonseca: presidente da Câmara, atualmente afastado por decisão judicial. Um mero serviçal, incompetente, truculento e covarde. Um pau mandado de Puccinelli. Nunca representou nada politicamente, foi colocado na presidência da Câmara em razão de seu caráter perverso, para justamente comandar a operacionalização do golpe. Caso consiga sair ileso perante a Justiça, o que é quase impossível, não tem a menor condição de alçar qualquer voo politico eleitoral.
Edil Albuquerque: Peça importante na operacionalização do golpe. Virou secretário, depois foi líder do pastor. Já vinha aprontando há muito tempo. Parece que desta feita será enquadrado. Corre o sério risco de ser preso.
Paulo Siufi: Outro envolvido em diversas falcatruas. Como médico, ficou comprovado que gazeteava plantões, como politico, foi flagrado negociando o seu voto pela cassação em troca da secretaria de saúde, onde, ao lado de seu parceiro Jamal Salem, destruiu o atendimento na área em Campo Grande. Chafurdou-se num mar de lama.
Flávio Cesar: Foi flagrado em escutas telefônicas negociando o golpe. Teria sido beneficiado com dinheiro e cargos. Assumiu no lugar de Mario Cesar a presidência da Câmara, mas teve o celular apreendido pela polícia para averiguação. Não deverá sair ileso.
Outros vereadores envolvidos também deverão ser penalizados. Um deles, Alceu Bueno, por outro motivo já foi castigado, pois, conforme apurado, além de corrupto, é pedófilo. Encerrou sua breve e nefasta carreira política e terá que virar um "saci" para escapar do xilindró.
Estaremos acompanhando a todos os acontecimentos vigilantes, denunciando, como já fizemos, a podridão da imprensa de Mato Grosso do Sul, quase em sua totalidade comprometida com a safadeza e a corrupção.
Para finalizar, rendemos nossas homenagens ao Gaeco e a Polícia Federal, que numa atuação séria, desprendida e corajosa, estão sendo decisivos no sentido de passar o Mato Grosso do Sul a limpo.
José Tolentino
Editor do Jornal da Cidade Online
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