Quem sou eu para discordar do François Hollande, do Romano Prodi, do Zapatero quando dizem que Lula foi o "incansável artesão da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país"?
Talvez eu seja apenas um cidadão brasileiro que saiba que Lula foi o incansável batalhador em prol do aumento da corrupção, defensor do enriquecimento dos seus e de uma casta de políticos e empreiteiros.
Dá pena ver a narrativa do golpe ("a destituição de Dilma Rousseff, eleita democraticamente por seu povo, e cuja honestidade jamais foi contestada") num jornal de expressão como o Le Monde - cujos redatores possivelmente nunca ouviram falar de Pasadena.
"Nós pedimos solenemente que o presidente Lula possa se apresentar livre ao sufrágio do povo brasileiro", concluem os ex mandatários europeus.
Olha, seu Le Monde, boa parte do povo brasileiro deseja, solenemente, que o EX presidente Lula possa se apresentar livre, leve e solto ao sufrágio, tão logo acabe de cumprir a pena pelos crimes que cometeu contra esse mesmo povo. Ou seja, mais umas duas ou três eleições, no máximo (porque aqui só se cumpre 1/6 da pena).
(Le Monde na rede é para quem tem amigos como a Arnild Weiss. Merci, danke, obrigado!)
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.